Em MS o presidente interino da Federação de Futebol (FFMS) é Estevão Petrallás - Foto: Deurico/Capital News
Desde que Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2021, os presidentes das federações estaduais tiveram aumentos salariais que chegam a quase 200%. Segundo reportagem divulgada nesta sexta-feira (4) pela revista Piauí, o salário mensal dos dirigentes, que era de R$ 50 mil antes da gestão atual, saltou para aproximadamente R$ 215 mil, com direito até mesmo a um 16º salário.
A matéria expôs outros detalhes sobre a gestão de Ednaldo Rodrigues à frente da entidade máxima do futebol brasileiro. Entre as revelações estão gastos milionários da confederação, privilégios pessoais concedidos aos dirigentes e cortes expressivos em outras áreas da instituição.
Ednaldo Rodrigues foi reeleito presidente da CBF por unanimidade, com votos das 27 federações estaduais e dos 40 clubes das Séries A e B do Brasileirão.
Um dos exemplos citados pela reportagem é o do vice-presidente da CBF e presidente da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes, que teve despesas pagas pela entidade nacional durante estadia em São Paulo. A CBF custeou um hotel de luxo e agens aéreas para Góes e familiares por conta de um procedimento cirúrgico de sua esposa. A pedido do dirigente, a estadia ainda foi prorrogada por dez dias adicionais.
Situação em Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, o presidente interino da Federação de Futebol (FFMS), Estevão Petrallás, também poderá se beneficiar do novo patamar salarial, com vencimentos superiores até mesmo aos de desembargadores do estado, que podem chegar a cerca de R$ 200 mil mensais.
Estevão assumiu a entidade após a prisão, em maio de 2024, do antigo presidente, Francisco Cezário, investigado na Operação Cartão Vermelho. Inicialmente nomeado interinamente pela CBF, teve seu mandato prorrogado até abril deste ano por determinação direta de Ednaldo Rodrigues.
Favores políticos e acusações de assédio
Outro episódio destacado foi o pagamento de R$ 2,5 milhões feito pela CBF a Gustavo Feijó, ex-adversário político de Ednaldo. Feijó desistiu de concorrer à presidência após receber o valor referente a uma antiga ação judicial.
Além disso, a gestão atual da CBF enfrenta denúncias graves de assédio moral e sexual. A arquiteta Luísa Xavier da Silveira Rosa entrou com uma ação trabalhista contra a entidade, alegando ter sofrido retaliações e humilhações após ser promovida por Ednaldo a diretora de patrimônio. Luísa ainda afirmou ter presenciado contratação de prostitutas em eventos oficiais e relatou comportamentos inadequados e misóginos por parte de dirigentes, incluindo o ex-diretor de comunicação, Rodrigo Paiva, e Arnoldo de Oliveira Nazareth Filho, ligado à Federação Amazonense.
Rodrigo Paiva negou as acusações e declarou que sempre atuou contra práticas de assédio. O dirigente amazonense não se manifestou sobre as acusações.