O Governo de Mato Grosso do Sul anunciou a instalação da primeira Sala de Situação de Saúde Binacional do Brasil em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. O modelo pioneiro integra dados e decisões entre os dois países para monitorar e responder a emergências sanitárias na região. A previsão é que a unidade comece a funcionar já no próximo mês.
Além de Ponta Porã, as próximas cidades a receberem a estrutura serão Mundo Novo e Porto Murtinho, conforme apresentado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em reunião binacional realizada recentemente.
A iniciativa busca enfrentar os desafios sanitários em uma região de intensa circulação entre Brasil e Paraguai. O projeto foi alinhado em encontro com representantes do Ministério da Saúde do Brasil, autoridades paraguaias, organismos internacionais, a Secretaria de Saúde do Paraná e prefeituras dos municípios envolvidos.
As salas contarão com mapas interativos, sistemas de georreferenciamento e análise de dados em tempo real. Equipes técnicas binacionais trabalharão de forma integrada para monitorar doenças e tomar decisões conjuntas.
“É a primeira vez que o Brasil implementa salas de situação em parceria direta com uma nação vizinha, um avanço significativo na cooperação internacional em saúde pública”, destacou Larissa Castilho, superintendente de Vigilância em Saúde da SES.
As ferramentas tecnológicas permitirão monitoramento contínuo de arboviroses, síndromes respiratórias e outros agravos à saúde. A plataforma compartilhada entre Brasil e Paraguai facilitará o fluxo de informações e a resposta rápida a surtos e emergências.
“Desenvolvemos sistemas que garantem o o em tempo real a painéis integrados com dados epidemiológicos. Isso fortalece a comunicação entre os municípios e o Estado, permitindo decisões mais ágeis e eficazes”, explicou Marcos Espindola, coordenador de Tecnologia da Informação da SES.
Como e, o Governo de MS entregou computadores para equipar as salas em Ponta Porã, Mundo Novo e Porto Murtinho, fortalecendo a estrutura local de vigilância em saúde.
Além do monitoramento, os espaços contarão com bancos de dados unificados, históricos de vacinação e capacitação de equipes brasileiras e paraguaias em protocolos padronizados.
O cronograma prevê o alinhamento de protocolos e definição da infraestrutura até o segundo quadrimestre de 2025, a instalação física das salas até o fim do mesmo ano e a avaliação dos indicadores no início de 2026. Em Ponta Porã, o processo está adiantado e a implantação deve ocorrer já nas próximas semanas.
O projeto integra um termo de cooperação assinado entre Brasil e Paraguai, que prevê o mapeamento das estruturas de saúde das cidades fronteiriças, como Ponta Porã (MS), Pedro Juan Caballero (PY), Mundo Novo (MS), Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este (PY).
“O mapeamento detalhado vai nos permitir direcionar investimentos e fortalecer a rede de saúde integrada, garantindo atendimento mais eficiente à população da fronteira”, afirmou Crhistinne Maymone, secretária-adjunta da SES.
O modelo binacional promete tornar a região referência em gestão compartilhada da saúde pública, com foco em prevenção, monitoramento e resposta rápida a crises sanitárias.