Com 72 mortes e unidades superlotadas, Ministério Público orienta medidas emergenciais para garantir atendimento adequado a pacientes pediátricos
Fila de espera era grande na UPA Moreninhas em 29 de abril; cenário hoje ainda não é de melhora (Foto: Arquivo/Juliano Almeida/Campo Grande News)
Diante do agravamento da crise causada pelo aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Campo Grande, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) emitiu uma orientação emergencial para que crianças que necessitem de atendimento sejam transferidas para outras cidades ou até mesmo outros estados, caso não haja leitos disponíveis na Capital. A recomendação foi feita após a constatação da falta de leitos pediátricos e de UTI infantil nas unidades públicas da cidade.
A medida foi discutida em uma reunião realizada nesta semana entre as Promotorias de Justiça de Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Durante o encontro, foi destacada a necessidade de ampliação imediata da capacidade hospitalar para atender a crescente demanda.
Além de Campo Grande, outros municípios no estado também enfrentam superlotação por causa da síndrome respiratória, como Dourados e Corumbá, que suspendeu aulas.
De acordo com o MPMS, crianças estão sendo mantidas em condições inadequadas em UPAs, Centros Regionais de Saúde (CRS) e prontos-socorros, devido à ausência de vagas especializadas. Por isso, o órgão recomendou que, na falta de leitos públicos, pacientes sejam encaminhados para a rede privada, cidades vizinhas ou outros estados do país, com transporte adequado garantido, incluindo UTI aérea para os casos mais graves e o acompanhante responsável.
Na mesma reunião, a Sesau apresentou dados atualizados da situação em Campo Grande: até o momento, foram 1.048 casos notificados de SRAG e 72 mortes confirmadas. Também foi mostrado o de vacinação contra a gripe em 2025, que indica a aplicação de 69.123 doses da vacina influenza, o que representa uma cobertura vacinal de apenas 18,51%.
A orientação do MPMS reforça a gravidade do cenário e busca garantir o o ao tratamento adequado, mesmo que fora do município, diante do colapso na rede pública de saúde da Capital.